14 jul 5 dúvidas comuns sobre o parto normal
Quando descobrem que estão grávidas, muitas mulheres decidem por um parto normal. A decisão, claro, normalmente parte da ideia de que deixar a natureza seguir seu curso é sempre melhor, e evita procedimentos que podem ser traumáticos e que deixam cicatrizes, como a cesárea.
No entanto, apesar de ser uma opção comum, ainda existem muitas dúvidas – e alguns mitos – que cercam o parto normal. Por isso, a gente separou para você a resposta para cinco perguntinhas que sempre aparecem aqui na nossa Clínica. Confira:
1- É possível o parto normal após já ter feito uma cesárea?
Sim, claro! É perfeitamente possível, desde que algumas observações e cuidados sejam tomados. O primeiro deles é respeitar o período de recuperação do corpo: O intervalo ideal entre um cesárea e um parto normal é de uma ano e meio. Esse tempo serve para garantir que a cicatrização da cesárea seja completa e reforçada pelo corpo.
Isso porque, caso não esteja completamente reforçada, existe o risco de a região do corpo se romper e ser lesionada pela força das contrações no momento do parto normal. Também por isso, não é recomendado realizar a indução do parto normal após a cesárea, pois os movimentos bruscos e rápidos também podem promover essa ruptura.
Em todo caso, caso essa decisão seja feita, o ideal é que a obstetra esteja sempre ao lado da paciente, realizando uma avaliação contínua para garantir a segurança da mamãe e do bebê.
2- Como identificar se a bolsa realmente rompeu?
Muitas mulheres temem não reconhecer que a bolsa realmente se rompeu. Mas não é preciso se preocupar. Quando a bolsa se rompe, o padrão é claro. Há uma grande perda de líquido por via vaginal ao longo do dia. No entanto, certas circunstâncias “mascaram” esse rompimento. Um dos mais comuns é a chamada rotura alta, quando a bolsa rompe pelo lado de cima, o que faz com que o líquido desça mais devagar.
Isso pode mascarar o rompimento porque é muito comum que mulheres grávidas. Existem algumas maneiras de identificar esse evento, e a própria gestante pode tentar: O líquido amniótico tem cheiro similar à água sanitária, só bem mais fraco. Diferenciando o cheiro da urina, é possível saber se a bolsa rompeu. Outro diagnóstico possível é feito deitando a paciente, pois o movimento, ao levantar, faz com que todo esse líquido desça.
Mesmo após essas tentativas, se ainda houverem dúvidas, hora de ir ao médico: Existem exames físicos e exames de imagem para poder diagnosticar a rotura (rompimento) da bolsa.
3- Quanto tempo dura o trabalho de parto?
O trabalho de parto costuma durar cerca de 12 horas, em média, e sua progressão é definida pela frequência e intensidade das contrações, além da dilatação do colo do útero durante a fase ativa do trabalho de parto. Esse dado, entretanto, pode variar por inúmeros fatores, sem necessariamente isso representar qualquer tipo de ameaça ou problema. O trabalho de parto costuma ser mais rápido em mulheres que já tiveram outros partos normais.
Existem casos em que o útero sequer faz um trabalho regular, e já começa o trabalho de parto, o que também normal. Por outro lado, questões anatômicas, como a desproporção entre a cabeça do bebê e a pelve da mãe podem delongar o trabalho, assim como o posicionamento do bebê.
O ideal é que, assim que os primeiros indícios de qualquer trabalho surjam, a gestante seja levada a sua obstetra para observação. O tempo de gestação serve como parâmetro, mas é muito mais importante observar a vitalidade da mãe e do bebê, o seu líquido amniótico, e até mesmo o estado emocional da mãe, que também interfere no processo.
4- Quanto tempo devo esperar antes de tentar a indução do parto?
A data provável do parto é sempre em torno da quadragésima semana. A convenção, determinada desde tempos antigos, é que uma gestação sempre dura em torno de 10 ciclos lunares, que equivalem a 28 dias cada um. Entretanto, com a medicina moderna, claro, isso pode ser realocável de acordo com as necessidades da gestante. É muito improvável, e desnecessário, tentar estabelecer uma data fixa para o nascimento quando se está no início da gestação.
O ideal é ir adaptando esse momento de acordo com o acompanhamento da própria gestante. O corpo normalmente irá dar os indícios de que está ficando pronto para o nascimento. Apenas em casos onde condições preexistentes de saúde, ou situações específicas que podem prejudicar a saúde e integridade física da mãe e do bebê, justificam uma intervenção mais ostensiva, induzindo o parto. Tudo isso depende da avaliação médica.
5- Qual a diferença entre parto normal e parto humanizado?
Essa é simples. Um parto normal é qualquer um que utilize as vias normais do corpo feminino para acontecer, ou seja, a criança precisa vir através do canal vaginal.
Já o parto humanizado é mais um conceito: Nele, independente da via de nascimento, a mulher recebe assistência digna e suas necessidades são respeitadas acima de tudo. Embora devesse ser algo óbvio, nem sempre o é. Os desejos e necessidades das mulheres ainda são muito negligenciados por pessoas a sua volta, incluindo profissionais de saúde que deveriam estar ali para assistir, e não para preocupar ou traumatizar.
Querida gestante, lembre-se: O parto humanizado não é uma opção. É uma exigência inalienável. Qualquer coisa além de total atenção e respeito aos seus desejos e necessidades no momento do parto não é aceitável de forma alguma.
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