Laqueadura tubária é um procedimento cirúrgico para gerar esterilidade. É considerada um método contraceptivo definitivo (método usado para evitar gravidez), pois sua reversão é trabalhosa e poucas vezes bem-sucedida. Constitui na retirada de uma parte das trompas uterinas, impedindo que a fecundação ocorra. É conhecida também como ligadura das trompas.
Normalmente, para que os espermatozoides encontrem o óvulo e ocorra a fertilização, uma vez tendo ocorrido a ejaculação na vagina, eles devem percorrer um longo caminho formado pelo útero e trompas (ou tubas) de Falópio até a cavidade pélvica. Assim, a cirurgia interrompe este trajeto, pois consiste na retirada e uma parte da trompa.
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Indicação da laqueadura tubária
- Desejo de realizar contracepção definitiva;
- Mulheres com prole completa.
Como é feito o procedimento
A laqueadura tubária pode ser realizada por meio de cirurgia convencional ou então por videolaparoscopia ginecológica.
Laqueadura tubária por cirurgia convencional
Anestesia geralmente é raqui ou peridural, menos frequentemente anestesia geral. Em seguida, uma incisão é realizada no abdômen, conforme a doença. Nos casos benignos, prefere-se a incisão transversal baixa pequena, bem menor que na cesariana. Uma vez realizado acesso ao abdômen, é retirado um fragmento de um a dois centímetros da trompa e realizados cuidados para que não ocorra sangramento. Posteriormente, a parede pélvica é fechada, camada por camada.
Laqueadura tubária por videolaparoscopia ginecológica
Assim que a paciente for anestesiada e tomados os cuidados de assepsia e antissepsia, que são realizados visando evitar infeções, algumas pinças especiais são introduzidas no abdômen e na pelve através de pequenos orifícios de 5 ou 6mm de diâmetro. Então, uma microcâmera de circuito fechado de TV de alta precisão é também introduzida no local e sua imagem é projetada num monitor que fica do lado de fora do corpo da paciente.
Trata-se de um monitor grande como, por exemplo, uma televisão, através da qual o cirurgião consegue visualizar os órgãos internos e realizar a cirurgia. Assim que for realizado o acesso ao abdômen, é retirado um fragmento de um a dois centímetros da trompa e realizados cuidados para que não ocorra sangramento. Em seguida, os orifícios realizados na parede pélvica são fechados.
Atualmente, a videolaparoscopia encontra-se bastante disponível, apresentando vantagens sobre a cirurgia convencional. Ela tem sido preferida na realização de ooforoplastia e ooforectomia porque:
- Gera incisões operatórias mínimas no abdômen e na pelve, muito menores que as tradicionais;
- Relaciona-se a menor trauma operatório maximizando a preservação dos tecidos;
- Associa-se a menos complicações intra e pós-operatórias (sangramento, infecções e aderências);
- Permite a visualização de uma imagem ampliada das lesões;
- Dá condições ao cirurgião de operar em localizações de difícil acesso, impossíveis em cirurgias realizadas por outra modalidade;
- Permite grande precisão ao ato operatório.
Cuidados
Há muitos casos de arrependimento de ter feito a esterilização definitiva pelo método laqueadura tubária. A vida muda: pode ocorrer viuvez, separação conjugal, perda de um filho, despertar o desejo por ter um outro filho. A vida guarda surpresas, o que hoje constitui motivo forte para não ter filhos pode não mais estar presente em pouco tempo. Daí a necessidade de precaução para não se fazer escolhas precipitadas.
Quando ocorre o arrependimento e a mulher busca reverter a laqueadura com objetivo de ter uma nova gravidez, os resultados geralmente são muito pobres, com pouco sucesso. Os melhores resultados (30% de sucesso na reconstituição da trompa, mas não se garante uma boa função) são conseguidos nos cinco primeiros anos após a laqueadura tubária.
Talvez seja uma boa alternativa, o uso de um método contraceptivo de longa duração, como DIU ou implante hormonal, pois ambos apresentam uma eficácia muito elevada e parecida com o da laqueadura tubária, contudo são métodos reversíveis.